Segundo as tradições indígenas, eram chamadas de rodas de cura onde a comunidade se reunia para debater os desafios em conjunto e se purificarem. É um trabalho terapêutico com o elemento Fogo, onde se dá especial atenção à transmutação de padrões, medos, etc.
São sempre meditações guiadas e intuídas para cada grupo, e nunca são iguais. Nestes encontros as pessoas iniciam uma descoberta de si mesmas, das suas limitações e do trabalho que podem fazer a partir daqui. O Fogo mostra-nos sempre a Verdade do Momento Presente, na energia mais subtil.
Há uma história que descreve o movimento energético iniciado numa roda xamanica – os lençóis do vizinho:
Um casal, recém-casado, mudou-se para um bairro muito tranquilo.
Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no estendal e comentou com o marido:
– Que lençóis sujos ela está a pendurando no estendal! Provavelmente está a precisar de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o pequeno almoço, a vizinha pendurava lençóis no estendal e a mulher comentou com o marido:
– A nossa vizinha continua a pendurar os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia o seu discurso, enquanto a vizinha pendurava a sua roupa.
Passado um mês a mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis brancos a ser estendidos e, empolgada, foi dizer ao marido:
– Vê! Ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha ensinou!? Porque, não fui eu que a ensinei.
O marido calmamente respondeu:
– Não, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
Isto é o que o Fogo faz – limpa as nossas lentes e traz-nos a verdade.