A aceitação da (nossa) natureza.

Human Design na prática - o desafio da estratégia de vida.

Segundo o mentor deste sistema incrível que é o Human Design, nós somos uma consciência que viaja como um passageiro num veículo. Ou seja, nós na vida somos a união entre um processo mecânico e a forma como ele se manifesta. E a estratégia de vida dá-nos essa orientação, pois é um manual de operações sobre como andar no caminho correto para nós. No momento que percebemos isso, torna-se imprudente ignorar esse facto, pois é como colocar gasolina num carro a diesel. É tão simples quanto isso. Nós só temos de permitir que ele opere corretamente.

A estratégia de vida torna-se assim um dos aspetos mais importantes, senão o mais importante, pois é a forma mais direta de nos podermos descondicionar. E, para isso, precisamos experimentar para podermos aceder às respostas da forma mais correta.

Já vivo o experimento do Human Design há precisamente 10 anos, e por mais estudos que tenha realizado sobre esta ciência da diferenciação (e outras) chego sempre à mesma conclusão: sem a estratégia de vida do meu tipo de veículo nada funciona corretamente. Ter conhecimento é muito diferente de experimentar o conhecimento. O Human Design convida-nos a isso mesmo, a viver na pele a nossa mecânica, a observar e sentir como a resposta do nosso veículo opera em nós.

Precisamos, no entanto, ter muita humildade na aproximação a esta abordagem e na sua experimentação. Recordo uma frase que na minha primeira análise me foi muito impactante “a tua energia pode ser um míssil sem direção”. Na altura aquilo mexeu muito comigo pois eu sabia o quão forte a minha voz e presença era na minha vida e nas pessoas à minha volta, e no sentido não muito positivo muitas vezes. Então engoli em seco e comecei a experimentar e a perceber onde eu mesma resistia a esta força. E foram imensas as vezes em que entrei em pânico por perceber a dificuldade em começar a nutrir o meu veículo com o combustível correto. E mais vezes, felizmente, foram as que me senti em satisfação por estar na vida da forma correta mesmo que aparentemente a vida estivesse um caos.

Mais do que ser um manual de operações para entrarmos nas coisas corretas para nós, a estratégia de vida permite-nos ter acesso consistente à nossa mais profunda natureza de ser e acima de tudo à compaixão e honestidade por nós e pelos outros. Seguir a nossa estratégia de vida não significa que tudo será um mar de rosas, pois não será – vivemos no mundo onde a dualidade impera (noite/dia, feliz/triste, preto/branco). O segredo da estratégia de vida reside em adquirir a habilidade de se estar em paz e com autoconfiança suficiente para encarar as escolhas que se fazem mediante a nossa resposta interna.

Nós estamos cá a viver para sermos felizes e não para sofrer, mas é preciso que estejamos dispostos a ser responsáveis pela energia que emanamos para o mundo e para a nossa própria vida. Todos diferentes somos é uma verdade, e, no entanto, todos somos iguais numa coisa – temos o dever de vivermos segundo a mecânica do nosso veículo para não poluirmos o planeta, não basta reciclar o lixo. Se queremos uma vida mais feliz e um mundo melhor, é por nós que devemos começar. Para mim isto é algo muito lógico e simples.

Nós fomos feitos para esta experiência – a de perceber o que significa rendermo-nos ao que é sermos apenas nós mesmos.

Ra Uru Hu – sistematizador do Human Design

E para sermos nós mesmos precisamos conhecer bem os dois lados da dualidade, o que acontece quando operamos corretamente e quando nos distanciamos da nossa mecânica. Assim é a importância de embarcar no desafio da experiência da nossa estratégia de vida.

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