Nos últimos meses tenho sido posta à prova naquilo que faz parte da minha estabilidade nesta Terra – a contínua aprendizagem da maestria de transcender o conflito e a crise. Nesta reta final da preparação do re-nascimento da Human Light, e a dois dias do meu próprio 48º renascimento, é empolgante observar as voltas dadas na montanha russa emocional a que isso obriga, mantendo o sorriso e a esperança.
Há sempre muita dificuldade em sair de qualquer tipo de zona de conforto (=padrão repetitivo ou modo habitual de se ser/estar) e iniciar um caminho de mudança. É por isso que existe tanto sofrimento humano, porque há resistência em lidar particularmente com os nossos desafios emocionais.
Quando a luta contra a turbulência emocional é abraçada em honestidade, há um potencial em nós que (re)nasce e dá abertura para uma purificação interna – este é aliás o propósito do sofrimento humano. Para se re-nascer é preciso deixar morrer algo primeiro – é preciso humildade para se olhar para dentro e perceber que os acontecimentos de fora apenas refletem as necessidades do nosso interior.
Costumo sempre dizer que a cada “aspeto sombra” acolhido, há sempre um potencial novo que se mostra, uma nova janela que se abre com novas oportunidades de crescimento. Isto traz-nos a capacidade emocional de lidar com todo o tipo de situações de vida (traumas, crises, conflitos, memórias), pois aprendemos a aceitar a dor em vez de fugir dela. E, ao abraçar a dor, aprendemos a confiar na própria força e na Vida e a ouvir mais o nosso corpo/alma e a estar na vida com o coração (mais) puro – e este é o melhor antídoto para qualquer medo.
Precisamos expandir a nossa visão global e de nós próprios, e perceber que não precisamos aprender apenas com sofrimento. Para isso, o Fogo da Transformação é crucial para nos mostrar possíveis padrões/negações inconscientes que nos distanciam da nossa Verdade.
- Será que estamos prontos para deixar o caminho do sofrimento?
- Será que estamos prontos para começar a aprender por outro caminho?
À medida que nos tornamos mais conscientes do nosso próprio estado emocional, começamos a sentir maior paz, proporcionando a habilidade de ajustar o nosso próprio comportamento para criar uma troca harmoniosa com os outros. Há duas palavras chave para este processo de transformação: Honestidade e Tempo. Precisamos ser honestos da forma certa no tempo certo. Isto dissolve completamente a fricção natural entre opostos e faz-nos quebrar as barreiras de defesa connosco e com os outros.
É preciso ter consciência que a vida está cheia de sabor e que o prazer e a dor vêm juntos – e assim o papel de “vítima” dos outros, ou do acaso, ou do azar, cai completamente e adquirimos uma profunda expressão da compaixão, por nós mesmos e pelos outros, assim como pela Beleza de tudo na Vida. A beleza só pode ser vista pelas lentes do amor.
O fogo da transformação é uma inspiração para a honestidade do nosso Ser verdadeiro.